quinta-feira, 29 de março de 2018

Feudi di San Gregorio Piano di Montevergine 2002: Bom vinho de safra fraca!

Feudi di San Gregorio Piano di Montevergine 2002: Vinho de grande produtor da Campania, sub-região Taurasi. As uvas provêm de um vinhedo símbolo da Feudi di San Gregorio, o Piano di Montevergine, onde as videiras dividem espaço com pés de avelãs e oliveiras. É um Aglianico 100% maturado por 18 meses em barricas e botti de 500 litros e adicionais 2 anos em garrafa antes de sair ao mercado. Ao nariz o vinho mostra notas de cassis, cereja, balsâmicas, tabaco, café e alcaçuz. Em boca, repete o nariz, mostra boa acidez e taninos maduros. É persistente e com final rico em alcaçuz e especiarias. Muito bom! Um vinho que mostra o potencial da Aglianico, mesmo em uma safra considerada fraca na Itália. Produtor bom é isso!






quarta-feira, 28 de março de 2018

Clos Apalta 2013: Um gigante chileno!

Os vinhos da Casa Lapostolle são considerados os mais franceses feitos no Chile. Lembro de um Cuvee Alexandre Cabernet Sauvignon 2001 que bebi com alguns anos nas costas, e que me deixou impressionado pela qualidade. Mas quando o assunto é o Clos Apalta, é outro comprimento de onda. O vinho tem como base a Carmenére, que nem é minha uva preferida, mas que no Clos Apalta, junto com outras, ganha riqueza e elegância ímpares. E não sou só eu que acho isso. O da safra 2000 foi terceiro na lista dos Top 100 da Wine Spectator em 2003. O 2001, segundo na lista de 2004, com 94 pontos e o 2005, foi primeirão na lista de 2008, com gordos 96 pontos. Este último, inclusive, já pintou aqui no blog (clique aqui). O Clos Apalta é feito com uvas de vinhedos antigos, plantados em 1920 no Vale Colchagua, cultivados de forma orgânica e biodinâmica. As uvas são colhidas e desengaçadas à mão e a fermentação realizada por leveduras da própria uva. A fermentação é feita em vats de madeira de 750 litros (77%) e barricas novas de carvalho francês (23%). A maturação ocorre por 28 meses em barricas novas de carvalho francês. Não é realizada qualquer tipo de estabilização ou filtração. O corte varia de ano para ano, e este 2013 foi feito com 70% Carmenére, 21% Cabernet Sauvignon, 7% Merlot e 2% Petit Verdot. Ao nariz o vinho mostra notas de fruta madura, amoras, cereja preta e cassis, em meio a notas de café, alcaçuz, pimenta e canela. Em boca, repete o nariz, mostra boa acidez e grande presença de fruta madura, alcaçuz e chocolate amargo. Os taninos são redondos e o final longo, defumado e com notas de café, alcaçuz e especiarias. Muito complexo! E para um vinho com Carmenére como majoritária, não tem aquele exagero de pirazina, bem comum nos vinhos elaborados com esta uva. Acho que é o Clos Apalta mais "pronto" que já bebi. Com 5 anos e já está uma beleza para ir à taça! No entanto, a decantação é recomendada. 

Ps. Este danado foi uma oferta de nosso amigo Marcão, que sempre abre coisa boa prá gente, como este Clos Apalta, Almaviva, dentre outros.




segunda-feira, 26 de março de 2018

Noite Italianíssima: Brunello di Montalcino Casanova di Neri Cerretalto 2004, Brancaia Il Blu 2007, Barolo Il Zoccolaio Ravera 2005, Brunello di Montalcino Pian delle Vigne 2001 e Barolo Vietti Castiglione 2004

Dêem uma olhada na foto abaixo. Essa noite não foi brincadeira. E teve história. O JP sugeriu à turma adiantar nossa reunião para uma quarta, em vez de quinta. Eu iria acompanhá-lo, visto que também tinha impedimento na quinta. No entanto, todos foram, menos o Caio, que não podia ir na quarta e ficou cuspindo fogo. Magoou, tadinho... Também, perder os vinhos abaixo é para deixar qualquer um uma arara.
Noite de vinhos italianos na confraria. Tem um "abelhudo" no meio dos italianões. Coincidentemente, dois confrades levaram o mesmo vinho (ver as duas garrafas iguais do Barolão, à direita).

O Paulinho pegou pesadíssimo, levando um Brunello di Montalcino Casanova di Neri  Cerretalto 2004. Lembro que ele me enviou uma mensagem com uma foto, pedindo que eu escolhesse o vinho para ele levar. E não foi fácil escolher, pois eram todos grandes vinhos. Mas fiz uma bela escolha...rs. O Cerretalto, top da vinícola Toscana, coleciona altas notas da crítica especializada, inclusive, várias notas 100! Este 2004, por exemplo, levou 99 do Mr. Parker e 98 pontos da Wine Spectator. O vinho é grandioso! Aromas de cerejas, amoras, chá, tabaco e tostado. Em boca, belíssima acidez e taninos imponentes. Vinho cheio de camadas! Rico e cheio de classe, harmonioso, untuoso e ao mesmo tempo, muito elegante. O final, interminável, com notas minerais e achocolatadas... Vinhaço! Valeu, Paul!
Eu levei um Brancaia Il Blu 2007, que também fez (muito) bonito na noite. Gosto muito dos vinhos deste produtor. O Il Blu é um vinho top da vinícola. Este 2007 foi feito com Sangiovese (50%), Merlot (45%) e Cabernet Sauvignon. A maturação realizada por 20 meses em barricas. Se eu puder resumir este vinhos em poucas palavras, eu diria "maciez e elegância"! Incrível a sua harmonia. Ao nariz mostrava notas de cereja e amoras, em meio a especiarias, tabaco e chocolate. Em boca, bela acidez e taninos super sedosos! Elegância pura! E excelente complexidade... O final era longo e com notas achocolatadas. Uma delícia! Lembro-me que o Rodrigo gostou muito do danado (e eu também!). O Gambero Rosso lhe mandou 3 Bicchieri, o Duemilavini 5 cachos, Mr. Parker e WS 94 pontos e o Luca Maroni, que costuma distribuir notas perto de 100 pontos para muitos vinhos italianos, lhe outorgou pobres 85 pontos! Ou ele estava resfriado no dia, ou pegou uma garrafa ruim. Só pode...rs.
Tonzinho e Rodrigo chegaram, coincidentemente, com vinhos iguais! E não era um vinho comum. Poucas vezes aconteceu isso em nossa confraria, ainda mais com um vinho que não é facilmente encontrado no mercado. Bem, mandamos ver na garrafa do Rodrigo e o Tonzinho guardou o dele para um aniversário meu, que o bebi tranquilamente durante uma semana, apreciando uma taça por dia. E ficando muito feliz... Era um Barolo Il Zoccolaio Ravera 2005. Il Zoccolaio é o nome de um vilarejo que fica dentro de Bricco de Barolo. A vinícola possui 23 hectares de vinhedos, sendo 11 de Nebbiolo. Este Barolo, do Cru Ravera, é afinado por 36 meses em cascos de carvalho. É um Barolo de cor mais escura e estilo mais moderno. Tinha aromas de fruta madura, uva passa, tabaco e especiarias, em um fundo de chocolate amargo. Em boca era maduro, concentrado, em um estilo moderno e mais pronto para beber. A fruta madura, concentrada, dava o tom. Os taninos eram maduros, já redondos, e o final muito longo e com notas de chocolate amargo. É um estilo distinto de Barolo, menos mineral e sem aquelas notas de florais, mas que me agradou bastante. Muito gostoso!
E para uma comparação didática com o Barolo anterior, mas sem saber, claro, o Paolão levou este Barolo Vietti Castiglione 2004. Este, já fica no time dos Barolo tradicionais. Cor mais clara e aromas de pétalas de rosas, amoras e terrosas. Em boca, ótima acidez, mineralidade e taninos finos. Final longo e especiado. Um outro estilo de Barolo, mais fiel às tradições. Pede comida! Não foi o melhor Vietti Castiglione que bebi, mas estava muito bom.
E o JP fechou a noite com um Brunello da família Antinori, e de uma grande safra: Brunello di Montalcino Pian delle Vigne 2001. Aromas de cereja, tabaco, chá e especiarias. Em boca, boa acidez e taninos finos. Apesar de bom, eu esperava mais deste Brunello, ainda mais considerando a safra. Eu achei o danado linear, unidimensional. Depois, lendo algumas opiniões sobre ele, vi impressões coincidentes. E nesta noite, ele teve um adversário peso-pesado, mostrado acima.
Bem, como podem ver, não falei sobre um vinho da primeira foto. Na verdade, foi de propósito. Era um vinho australiano levado pelo Thiago. Como a noite era italiana, e o vinho não agradou muito, resolvi deixar o danado de lado...rs. 






sexta-feira, 23 de março de 2018

Aalto 2011, Triangle 2008 e Quinta dos Castelares Reserva 2014

Poucos confrades nessa reunião da confraria. JP abriu a noite com classe, levando um Aalto 2011. Sou fã do Aalto e este 2011 não fugiu à regra de sempre mostrar grande qualidade. Cor escura, aromas de cereja preta, ameixa, chocolate amargo, toque amadeirado, alcaçuz e outras especiarias. Em boca, ótimo conjunto, com boa acidez e taninos dando estrutura ao vinho.  Final longo e com toques de alcaçuz e caramelo. Uma delícia de vinho! Este não tem como errar. Isso aí, JP!


Eu levei o Triangle 2008, Cabernet Sauvignon da chilena Crazy Wines, que já pintou por aqui. No entanto, desde sua apreciação em 2012 o vinho mudou muito. Mostrava-se muito mais potente da primeira vez que bebemos, inclusive a cor era mais escura. Agora está rubi, bonita, brilhante. Os aromas também mudaram e o cassis reina em meio àquele toque apimentado típico e notas minerais. Em boca, ótimo frescor e taninos redondos. O final era longo e com notas minerais e apimentadas. Embora a pimenta, típica dos vinhos chilenos, desse o ar da graça, ela estava bem integrada e de nada incomodava. Pelo contrário, dava muito charme ao conjunto. Um belo vinho, com ótima evolução em 10 anos e que tinha potencial para mais na adega.


E para finalizar, o vinho levado pelo Paulinho: Quinta dos Castelares 2014. Duriense feito com Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional. Cor cereja e aromas de framboesa, cereja, canela e outras especiarias. O nariz indicava um vinho puxando para o lado doce, e a boca confirmou. Senti a Touriga Franca dando o tom. Apesar de ser macio, redondo, eu senti falta de mais acidez e mais pegada duriense. 





quarta-feira, 21 de março de 2018

Dulcamara 2011: Ótimo vinho da italiana I Giusti e Zanza!

Há tempos bebemos o Dulcamara 2006, vinho da vinícola Toscana I Giusti e Zanza. O vinho fez bonito em uma reunião da confraria. Mas este Dulcamara 2011 não ficou atrás, apesar da safra não ser tão boa quanto a de 2006. A vinícola é relativamente nova, criada em 1996, e fica em Fauglia, ao sul de Pisa perto de Livorno, a leste. A vinícola pratica agricultura orgânica e biodinâmica em seus 17 hectares de vinhedos, de baixo rendimento (0,6 kilos por planta). O Dulcamara é o seu vinho top, e geralmente é composto majoritariamente por Cabernet Sauvignon e quantidades menores de Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot. A maturação deste 2011 foi feita em barricas francesas de 300 litros, de média tosta, por 18 meses. O vinho tem cor escura e aromas de amoras, cassis e cereja preta, em meio a tabaco, alcaçuz e notas tostadas. Em boca, repete o nariz e mostra boa acidez. Os taninos já estão devidamente arredondados. O final é médio e com notas de especiarias doces e tosta. Muito sedoso e com ótima presença em boca. Lembra Bordeaux. Tem gente que torce o nariz para vinhos feitos com castas francesas na Itália, mas o fato é que o vinho é muito bom. 
Comprei este vinho a um ótimo preço na Mercearia 3M, do nosso amigo Idinir.



segunda-feira, 19 de março de 2018

Chanson Pére e Fils Mercurey 2007

Com 11 anos de vida, este Chanson Pére e Fils Mercurey 2007, feito com uvas de vinhedo da Côte Chalonnaise, ao sul da Côte de Beaune, ainda mostra muita energia. A cor ainda está bonita, rubi mais escura, com leve halo de evolução. Ao nariz mostra aromas de cereja preta, frutas silvestres, leve tostado e minerais. Em boca é seco, mostra acidez vibrante e mineralidade. Pede comida! Eu acho que ele mostra a fruta mais ao nariz que em boca. Um bom vinho, mas que me agradou mais pelos aromas que pelo paladar. Um  pouquinho mais de fruta em boca me deixaria mais feliz. Vinho comprado na Vinci.



domingo, 18 de março de 2018

A Coruja da Cigana American Pale Ale: Cerveja artesanal de Jaboticabal!

Gosto de boas pessoas, boa comida, bons vinhos, bons azeites, bons cafés, bons azeites, bons queijos, boa cerveja... Enfim, tudo que é bom! E foi uma boa surpresa quando bebi esta cerveja feita na minha querida Jaboticabal, SP, onde viveu meu irmão João Guilherme Durigan, o melhor amigo que uma pessoa pode ter. Ao ver que a cerveja era de lá, ela ficou ainda melhor. Mas ela é realmente muito boa. Cor alaranjada, lembrando as Kölsch, espuma consistente e aromas de lúpulo e frutas cítricas. Em boca, muito fresca e lúpulo presente, dando aquele amargor que gosto muito (e que faz com que a cerveja não fique enjoativa). Corpo médio e cremosa. Muito boa cerveja feita por meu xará de Jaboticabal. Parabéns! O rótulo também é bem legal!



sábado, 17 de março de 2018

Frei João Branco 2012

Gosto dos vinhos da Caves São João. Mas conheço mais os tintos que os brancos. O Frei João branco varia o corte ano a ano. Em 2012, foi feito com Chardonnay (50%), Bical (30%) e Arinto. Cor amarelo-dourada e aromas de mamão, maracujá e mel... Ah, o mel... Acho que tirando aquele que aparece equilibrado nos Sauternes ou nos Chenin Blanc de sobremesa do Loire, os outros me incomodam. Neste Frei João, estava demais para o meu gosto. Faltava-lhe também frescor, que tanto aprecio em um vinho. Será que o bebi tarde demais? Os tintos das Caves São João destacam-se pela longevidade. Pelo jeito, isso não se aplica a este branco.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Pétalos de Bierzo 2009: Se achar, compre!

Tem muito craque no mundo do vinho e é impossível listar nomes de produtores que mais admiro. Mas no caso da Espanha, tenho admiração especial por alguns, como Álvaro Palácios, Telmo Rodrigues, René Barbier, Raúl Perez, Miguel Torres, Jorge Ordonez, dentre outros. Sem dúvida deixo de citar vários, mas a turma que mencionei já forma um time de primeiríssima, responsável por belíssimos vinhos. Este Pétalos de Bierzo 2009 é o vinho de entrada da Descendientes de J. Palácios, vinícola conduzida na região de Bierzo pelo grande Alvaro Palácios, produtor no Priorato do grande L'Ermita e os mais acessíveis Finca Dofi e Les Terrasses. Pétalos de Bierzo é o irmão menor do belo Corullon. O vinho é feito com 100% Mencía (Jaen em Portugal, e parente da Cabernet Franc), cultivada segundo os preceitos da biodinâmica. Bem, quanto ao fato de ser biodinâmico, tomo emprestadas algumas linhas do enólogo português Hugo Mendes, que em seu blog define muito bem o que penso sobre os diferentes métodos de produção: "...a qualidade de um vinho não depende em nada da filosofia utilizada. Depende sim, de quem e com que conhecimento o faz. O resto é barulho... muito barulho!"
Mas voltando ao Pétalos de Bierzo 2009, com 9 anos mostra ainda muita vivacidade. Tem aromas de frutas silvestres em meio a notas florais, vegetais, de alcaçuz e defumadas. Tudo isso em um fundo mineral que enriquece o conjunto. Em boca o vinho mostra muito frescor e mineralidade. Os taninos estão redondinhos e o final é longo e com notas de alcaçuz. Bebi meia garrafa em um dia e liquidei no dia seguinte, quando ele estava ainda melhor. É um vinho que tem ótima complexidade para a sua faixa. Sempre está nas promoções da Mistral, e eu não deixo de colocar na sexta. Est 2009, em particular, foi Top 100 da Wine Spectator em 2011, ocupando a 26a posição, com 93 pontos. Se achar, não hesite! E espero que alguns de meus leitores tenham aproveitado também o Corullon e Villa de Corullon no último bota-fora.



quarta-feira, 14 de março de 2018

Barolo Gianfranco Alessandria San Giovanni 2008, Chryseia 2007, Roquette e Cazes 2011, Quinta do Vallado Touriga Nacional 2011 e Chateau Paul Mas Clos de Mures 2013

Vinho bão nessa reunião da confraria, ocorrida há algum tempo. A primeira foto é do Barolo San Giovanni Gianfranco Alessandria 2008, levado pelo Joãozinho, que o trouxe de viagem por minha recomendação. O vinho, de um ótimo produtor, demorou a abrir e mostrou menos fruta que o usual. Ao nariz trazia aromas de tabaco, couro e notas de funghi secchi e minerais. A fruta era discreta, com notas de morango e framboesa. A acidez, como esperado para um Barolão, era boa, claro, e os taninos pegados. Eu senti falta de mais fruta e notas florais no danado. Mas gostei. Já a Wine Spectator, não gostou nem um pouco, tascando-lhe apenas 78 pontos!

Do lado direito do Barolo um Roquette e Cazes 2011 levado pelo JP. Este já havia pintado aqui no blog (clique aqui), mas na época estava novo. Agora já está mais aberto, com taninos redondos e bom equilibrio do conjunto. Notas de kirsch, framboesa, chocolate e especiarias. Um vinho sempre confiável e no caso, de safra excepcional. Para ser  bebido já. À direita dele, no centro da foto, o melhor da noite, fácil, levado por este que vos escreve: Chryseia 2007! Já devidamente arredondado pelo tempo, este gigante do Douro mostra uma bela evolução. Aromas de amoras e cerejas, em meio a chocolate amargo, tabaco, notas minerais e especiarias. Em boca, untuoso, intenso, mas com ótima acidez que lhe aportava frescor. Os taninos eram sedosos e o final longo e terroso. Uma beleza de vinho! Gosto do Chryseia com alguns anos nas costas.  Ao seu lado um outro vinho que gosto muito, de grande safra: Quinta do Vallado Touriga Nacional 2011. Este, levado pelo JP, só perdeu (por pouco) para o Chryseia. Vinho de ótimos aromas de cereja e cassis, em um fundo de azeitona preta, alcaçuz e cacau. Em boca, tem ótima presença, acidez correta, mineralidade e taninos finos. O final é longo e achocolatado. Mais um ótimo Vallado Touriga, que sempre agrada. Vinhão! E para finalizar, o vinho levado pelo Caio: Chateau Paul Mas Clos de Mures 2013. Vinho do Languedoc-Roussillon feito com Syrah majoritária e pitadas de Grenache e Mourvédre. É um vinho sem exageros, com boa fruta (framboesa e cereja) em meio a especiarias doces. É leve e desce fácil, sempre. Nota-se um leve amargor no retrogosto. Não é para ser bebido ao lado de vinhos pesados, concentrados, do novo mundo.




























domingo, 11 de março de 2018

Pingus 2009: Um gigante!

Há algum tempo queria beber este vinho. Já bebemos o Flor de Pingus, seu segundo vinho, em algumas oportunidades (clique aqui), mas o grande Pingus ainda estava em nossa lista de desejos. Até que criamos coragem, Paul, Tonzinho, Cássio e este que vos escreve, para enfrentar a fera. O Paul reservou um final de tarde em sua casa e lá fomos nós, cheios de sede e curiosidade. Eu, levava o bichão em mãos, com muíto carinho, claro. O produtor deste Pingus 2009 é o dinamarques Peter Sisseck (diretor também da Hacienda Monasterio). Poucos hectares de vinhas velhas de Tempranillo, de baixo rendimento, e não submetidas a tratamentos com pesticidas, respondem pelas uvas deste considerado "Cult Wine". A produção pequena e meticulosa, além das notas extratosféricas que o vinho consegue (por duas vezes 100 de Mr. Parker*...), jogam o preço do vinho para cima. O fato é que, após bebê-lo, e comparar com seu irmão Flor de Pingus, entendi a razão da fama. O vinho é extraordinário! Cor escura, linda, brilhante, e aromas muito complexos. Os aromas saltam da taça e invadem o ambiente. Notas florais abrem o cortejo para a fruta madura, cereja preta, ameixa e mirtilo, em meio a alcaçuz, chocolate amargo, tabaco e notas defumadas. Com o tempo, surgem aromas mentolados e de especiarias (sálvia e outras). Em boca é denso, sem ser enjoativo, mostrando grande clareza e acidez aportando frescor. Os taninos, em camadas, são redondos e o final interminável. Seus aromas e paladar ainda estão na minha mente. É um vinho superlativo, para ficar na lembrança. Grandioso! Muita gente (não me incluo) vê pouca diferença entre um Vega Sicilia Único e seu irmão "menor" Valbuena. No caso do Pingus, a diferença para o seu segundo vinho, Flor de Pingus, é grande (apesar do Flor ser um vinhaço!). Bem, deu prá notar que gostei dele, né?

*Não é só o Mr. Parker que gosta dele. Este 2009, por exemplo, teve 97 do Parker, mas também 94 da Wine Spectator, 96 do Galoni etc. 



segunda-feira, 5 de março de 2018

Quinta do Cardo Síria branco 2015: Bem mineral!

A Quinta do Cardo foi adquirida em 2001 pela Companhia das Quintas. A Quinta conta com 180 hectares, sendo 69 de vinhas, certificadas de produção biológica. As primeiras vinhas foram plantadas em 1932. Este seu Quinta do Cardo Síria 2015, como o nome diz, é um varietal da casta Síria, como é conhecida a Roupeiro ou Códega na Beira Interior, de vinhas de altitude de 750 metros. Para produzir este branco as uvas são colhidas à mão e prensados sem desengace. Após a fermentação o vinho matura com as borras e sofre battonage semanal. O vinho tem cor clara, citrina, com toques esverdeados. Ao nariz mostra notas florais e cítricas (de grapefruit e lima), em um fundo mineral pronunciado. Em boca é seco, mostra acidez vibrante e paladar dominado pelo caráter cítrico e bastante mineral. É um vinho para acompanhar comida. Eu arriscaria com um queijo de cabra e mais ainda, para acompanhar mariscos. É um vinho que oferece boa qualidade pelo preço (os sócios do Club Wine pagam apenas 48 Reais, o que é uma pechincha para este vinho).


domingo, 4 de março de 2018

Protos Vendimia Seleccionada 2013: Maduro e frutado!

Comprei este Protos Vendimia Seleccionada 2013 por um ótimo preço em promoção da Wine. O produtor é bom e a aposta era certeira. E não deu outra: Vinho bom! Ele é feito com uvas de vinhedos antigos e passa apenas 6 meses em barricas (80% Americanas e 20% Francesas). A passagem mais curta em barricas faz com que a fruta seja a protagonista. A madeira é bem integrada ao conjunto. Ao nariz o vinho mostra notas de frutas maduras, com destaque para a cereja preta e ameixa, em meio a notas abaunilhadas, florais e leve tostado. Em boca é denso, frutado e mostra boa acidez. Os taninos são redondos e o vinho tem boa persistência. O final mostra fruta madura e baunilha. É um vinho de perfil moderno, que desce redondo e agrada fácil, mas sem deixar de lado a complexidade. Ótima compra!