terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Gloria Reynolds 2005 e Cheval des Andes 2007: Dois vinhões!

Vai mais uma postagem atrasada... 
JP, Paolão e este que vos escreve, em noite no Barone, apreciamos duas ótimas garrafas. A primeira delas, levada por este que vos escreve, era de um alentejano de primeira linha, o Gloria Reynolds 2005. O vinho leva o nome da mãe do atual proprietário da vinicola, Julian Reynolds (sexta geração dos Reynolds).  Ele é o top da vinícola, e é feito com uvas dos vinhedos Figueira de Cima, que circundam a vinícola. É um corte de Alicante Bouschet e Trincadeira, que foram fermentadas em grandes cubas de carvalho francês Seguin Moreau, sendo o vinho posteriormente maturado por 24 meses em barricas de carvalho da mesma procedência. O vinho descansa ainda por um ano e meio em garrafa antes de ser comercializado. É um vinho de bela cor e aromas muito refinados, com notas de amoras, balsâmicas, chocolate amargo e alcaçuz. Em boca, repete o nariz e apresenta uma acidez acima da média para um alentejano, que lhe aporta um ótimo frescor (destaque no vinho). O final é muito longo. Uma beleza de vinho! Costuma ser (bem) caro, mas comprei a um preço muito bom pela sua qualidade. Muito recomendado!
Além dele, apreciamos um vinhão levado pelo JP, e já comentado aqui no blog, o Cheval des Andes 2007. Assim, nem preciso comentar muito sobre ele, que é para mim um dos melhores vinhos argentinos (e sulamericanos). Agora este 2007 começa a mostrar suas qualidades. Muita classe. É vinho para boa guarda. Ainda espero a hora de beber um com no mínimo 10 anos. 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Serendipia 2009: Bom Garnacha!

Vinho da seleção Clube Wine Premium do mês passado, o Serendipia 2009 é feito pela vinícola Pago de Aylés, que era anteriormente chamada Señorio de Aylés. A vinícola é relativamente nova, mas com grande capacidade de produção. Se localiza em Aragón, nordeste da Espanha, cuja capital é Zaragoza (alí do ladinho esquerdo de Barcelona, a pouco mais de 2 horinhas). O vinho em questão é um de gama alta da vinícola, feito com 100% Garnacha e que matura 12 meses em barricas de carvalho. É um vinho bem frutado, floral, com toques balsâmicos, de ervas e alcaçuz. Em boca é correto, com boa acidez, que lhe dá frescor e um final com alcaçuz e chocolate amargo. Os taninos ainda estão meio pegados, mas eu não  me importo. É só mandar ver com uma carne gordurosa que tá tudo certo...rs. Um bom Garnacha, com boa capacidade de envelhecimento. Se for beber agora, decante por no mínimo meia hora. Mas se tiver paciência, ele deve estar melhor daqui a 1-2 anos.

Nota: Usei a foto do site da Wine, pois esqueci de fotografar a garrafa. 

domingo, 26 de janeiro de 2014

Haras Character Cabernet Sauvignon-Carmenére 2007: Vale conhecer

Rapidinho: Vinho feito pela vinícola chilena Haras de Pirque, com as uvas Cabernet Sauvignon (40%), Carmenére (37%), Cabernet Franc (13%) e Syrah (10%). Passou 14 meses em barricas novas de carvalho e adicionais 12 meses em barricas usadas. É engarrafado sem clareamento e filtração. Embora tenha o jeitão típico chileno, não tem exagero de extração e mostra bom frescor. Os aromas de frutas são envoltos em aromas de ervas, pimenta do reino e tabaco. Em boca é, mineral, fresco e especiado. Não tem exageros, principalmente na extração e no pimentão da Carmenére, que fica comportada no blend. Tinha potencial para ser guardado ainda por uns anos na adega. Um bom vinho ofertado pelo Carlão. É o primeiro Haras de Pirque que aprecio, e gostei. Parece que é comercializado pela Via Vini. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Aurora Pequenas Partilhas Cabernet Franc: Justo!

Rapidinho: Vinho que matura 6 meses em barricas, só 12,5% de álcool (legal!), de cor escura, aromas de ameixas e amoras maduras em meio a baunilha, café e aquele toque de pimenta-do-reino típico da Cabernet Franc. Em boca é redondo, fácil de beber e com o fundo um pouco doce (para o meu gosto, poderia ser menos). Bom vinho! Não espere um Cabernet Franc do Vale do Loire. Não terá. Mas terá um vinho com qualidade e preço justo (paguei pouco mais de 30 pilas), bom companheiro para o dia a dia. Eu abri no começo da semana e fui matando durante ela, com aquela boa tacinha junto às refeições. Usando o vacuvin, aguenta bem.

D.V. Catena Cabernet-Cabernet 2007: Muito elegante!

Pois é... Nem só de Malbec vive a Argentina. Longe disso! Dentre tantos, tem Pinot Noir bom lá (ex. Chacra), Cabernet Franc (Angelica), Petit Verdot (Finca La Anita), Bonarda (que não faz muito minha cabeça), Syrah (O. Fournier, Luca e Las Moras) e é claro, Cabernet Sauvignon. Feito com esta última gosto muito do Carmelo Patti, mas tem outros muito bons e que nos levam a buscar alternativas ao Malbec. Este D.V. (Domingo Vicente) Catena Cabernet-Cabernet 2007 é um exemplo disso. O vinho foi ofertado pelo amigo Márcio, quando o visitei em Brasília. Ele é feito com Cabernet Sauvignon oriunda de dois vinhedos distintos. No caso deste Cabernet, um dos vinhedos é em Agrelo, a 940 m de altitude, e o outro, em Gualtallary, a 1470 m. [Alguns alegam que o D.V. pode também se referir aos dois vinhedos, mas parece que é mesmo uma homenagem ao avô de Catena, Sr. Domingo Vicente Catena, cujo nome é mencionado na própria ficha técnica do vinho].  A maturação do vinho é feita em barricas de carvalho francês (80% novas), por longos 24 meses. É um vinho com ótimos aromas de frutas, como cassis e cereja preta, em meio a notas de especiarias, como a canela. Em boca é de uma sedosidade invejável e com uma acidez correta, que lhe aporta frescor. Os taninos são maduros e muito sedosos. Vinho sem exageros. Muito bom, mesmo. A mim, agrada bem mais que o Malbec da linha. E ficou melhor ainda com o ótimo jantar e as companhias agradabilíssimas do Márcio e Susana. Tudo ótimo!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Falcoaria Clássico 2008: Bom vinho do Tejo!

Apreciei este Falcoaria Clássico 2008 na companhia de ótimos amigos, o que o deixou ainda melhor. Nós queríamos o Reserva, mas o restaurante não mais o tinha. Assim, ficamos com o Clássico. E aconteceu que ele aumentou nossa curiosidade pelo Reserva, pois estava bom o danado. Ele é feito no Tejo (ex-Ribatejo), pela vinícola Casal Branco, com as castas Castelão, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Petit Verdot. As vinhas possuem mais de 80 anos de idade, e a maceração das uvas é feita pelo modo tradicional, com pisa a pé. O vinho passa 12 meses em barricas de carvalho e 4 na garrafa antes de ser comercializado. A cor é escura e os aromas são de ameixa seca e amoras bem maduras, em meio a alcaçuz e baunilha. Em boca mostra boa acidez, muita sedosidade e um final especiado e achocolatado. Um vinho distinto para sua faixa de preço. Aliás, pagamos um preção no restaurante, abaixo do preço praticado pela importadora (de vez em quando acontece essas coisas...rs). Bom vinho. Quero experimentar o Reserva.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Só vinhões na confraria: Pintia 2009, Amarone della Valpolicella Tedeschi 2008 e 3 repetecos de peso

A reunião era em comemoração ao aniversário do confrade Caio, e mesmo com algumas ausências, a noite foi muito boa. 
O Rodrigo levou uma beleza de vinho, o Pintia 2009. Aliás, para nossa felicidade, ele gosta de levar este rótulo, visto que já o fez outras vezes (clique aqui). Considerando o carimbo Vega Sicilia, o vinho dispensaria maiores comentários. Mas sempre vale a pena falar bem deste vinho. Este 2009 matura 14 meses em barricas de carvalho (70% francês e 30% americano). É um vinho poderoso, de cor escura, quase impenetrável, típica de vinhos da região de Toro. Os aromas são deliciosos, de amoras, cerejas pretas, chocolate, tabaco e alcaçuz. Em boca repete o nariz e embora potente, traz a sedosidade que marca os vinhos da Vega Sicilia. O final é longo e especiado. Uma beleza de vinho, que sempre pede outra taça. Daqueles que a gente lamenta quando acaba. Valeu Doc!
O João, irmão do Rodrigo, levou um ótimo Amarone della Valpolicella Tedeschi 2008. O vinho é feito com 30% Corvina, 30% Corvinone, 30% Rondinella e 10% de outras castas (Rossignola, Oseleta, Negrara e Dindarella). Este surpreendeu por dois aspectos. O primeiro é o frescor, aportado por uma ótima acidez (incomum para um Amarone). E o segundo, a riqueza em especiarias. As notas de ameixa e cassis eram envoltas em aromas intensos de alecrim, sálvia e tomilho. Impressionava por esta característica. Vinho que suplicava por um pernilzinho de cabrito assado, bem temperado. Muito bom vinho!
Bem, estes foram as duas novidades da noite. Os outros 3 foram repetecos... Mas que repetecos!
O primeiro foi o levado pelo aniversariante, o Brunello di Montalcino Capanna 2007. Visto que já foi comentado aqui recentemente (clique aqui), não gastarei mais linhas com ele. Só uma coisa: Brunello distinto, sem modismos, delicioso! Isso aí, Caião!
O segundo replay é um que já apareceu várias vezes aqui no blog (clique aqui), o Don Melchor 2006. Também não preciso escrever mais sobre este vinho. Só dizer que está inteirão e mostrando umas notas especiadas bem legais depois de um tempo respirando.
O terceiro repeteco foi levado por este que vos escreve, e era um Peñalolen TEZ 2009. O vinho é um Cabernet Sauvignon chileno de baixíssima produção (a garrafa era a n. 187 de apenas 490!), feito pelo enólogo Jean-Pascal Lacazes, também responsável pelo Domus Aurea. Também não preciso gastar muitas linhas com ele, já que já foi comentado aqui no blog há pouco mais de um ano (clique aqui). Mas vale ressaltar que está melhorando, adquirindo notas especiadas, de curry, em meio a cassis e menta. Ainda tânico, pegado, mas um vinhão. Vinho fresco, sem exagero de extração.
Isso aí, grande noite celebrando mais um verão do Caião!
A turma reunida... O Amarone ficou de costas...rs


sábado, 18 de janeiro de 2014

Viu Manent Malbec San Carlos 2011 e Terrunyo Syrah Cuartel 5 2008

Tempos atrás o Carlão abriu dois vinhos chilenos legais prá gente beber. O Viu Manent Malbec San Carlos 2011 é feito com uvas de um vinhedo único, plantado há mais de 100 anos. Não é vinho de linha básica. A maturação é feita em barricas de carvalho francês (60% novas e 40% de terceiro e quarto usos) por 17 meses. É um vinho que mostra notas de amoras e cassis, em meio a especiarias. Diferente de tradicionais Malbecs argentinos. Às cegas dá trabalho... Em boca destaca-se pela acidez acima do normal para um Malbec, que lhe aporta bom frescor. Além disso, mostra especiarias, o que também lhe dá distinção. Está novo, e sem dúvida ficará melhor daqui a uns aninhos. Bom vinho! Mas seu preço no Brasil me parece um pouco salgado. Já o vi sendo vendido por cerca de 180 pilas. É muito. Vi a um preço menor em uma outra loja. Mas mesmo assim, enfrenta concorrência braba nesta faixa.
O outro vinho é figurinha carimbada: Terrunyo Syrah 2008. Eu acho a linha a mais consistente da Concha y Toro. O preço no Brasil é salgado, mas para quem vai ao Chile, pode ser adquirido por um ótimo valor. Deve ser a linha que mostra maior diferença entre o valor no Chile e aqui no Brasil. Aliás, muitos vinhos no Chile são até mais caros lá que aqui. Se quiser algo seguro, coloque Terrunyo na mala, desde o ótimo e fresquíssimo Sauvignon Blanc, até este concentrado e aromático Syrah. Este vinho, aliás, tem uma pitadinha (8%) de Cabernet Sauvignon, e matura 20 meses em barricas de carvalho francês (60% novas e 40% até segundo uso). Vinho denso, concentrado, com notas florais, fruta madura (cereja e cassis), em meio a tabaco, chocolate e notas minerais. Os taninos são redondos e o final muito longo. Vinho de encher a boca. É concentrado? Sim... Tem fruta madura? Tem... Mas a acidez e mineralidade equilibram tudo e o vinho não tem nada de enjoativo. Pelo contrário, sempre pede outra taça. Vinhão. 
Valeu, Carlão. 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Pode falar o que quiser, mas americano sabe fazer vinho: Brewer-Clifton Sta. Rita Hills Chardonnay 2010

Ontem fui levar uns vinhos que comprei, por encomenda, para o Paolão. Chegando lá, o Paolão trucou e propôs abrir um californiano prá gente beber. Eu aceitei e ele abriu um Brewer-Clifton Sta. Rita Hills Chardonnay 2010. A vinícola Brewer-Clifton é adepta da agricultura orgânica e é comandada pelo ex-surfista Steve Clifton e pelo ex-professor francês (e ex-ciclista profissional) Greg Brewer. A vinícola produz varietais com Chardonnay e Pinot Noir,  além de espumantes. Ela fica localizada bem ao sul da principal região vinícola da Califórnia, e ao norte de Santa Barbara. O vinho é feito com uvas de 3 vinhedos diferentes e tem aromas cítricos, de maçã verde e de nectarina, em meio a notas minerais. Em boca é fresco, mineral, e com um fundinho apimentado muito interessante. Um Chardonnay nadinha enjoativo, com um final bem longo. Evaporou logo... Um ótimo branco americano, que mostra o quanto eles sabem fazer vinho. E como diz o título da postagem, nós podemos falar o que quisermos, mas não podemos dizer que os caras não sabem fazer vinhos. Podemos criticar às vezes alguns vinhos pesados, carregados de baunilha, álcool acima da média, muita fruta madura etc. Mas nem sempre é assim. Os caras dominam a técnica e sabem como fazer o negócio. E eu, que já critiquei algumas vezes os vinhos americanos, tenho que me render a eles de vez em quando...rs. Valeu, Paolão! 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Belcore 2007 e A Sirio 2006: Dois toscanos muito bons

Tempos atrás, ainda em 2013, o Carlão nos ofertou um vinho da vinícola toscana I Giusti e Zanza, cujo top Dulcamara já pintou por aqui no blog (clique). O vinho em questão era um Belcore 2006, que é um corte de Sangiovese (80%) e Merlot (20%), e maturado por 8 meses em barricas de carvalho. Como os outros da vinícola, precisa de decantação. Ao ser aberto é meio nervoso. Mas depois de um tempo fica bem legal. Ao nariz mostra notas de cereja, cítricas, herbáceas e alcaçuz. Em boca, é seco, até meio rústico no começo, mas depois, vai ficando muito bom. A acidez é muito boa e os taninos são firmes. Vinho gastronômico por natureza. Não é para beber solo. Tem que ter comida, de preferência, uma carne gorda para seus bons taninos. Gostei muito! E relembrando: Decanter nele por 1-2 horas para amaciar e mostrar seu valor...rs.
O Akira, para não ficar atrás, ofertou um ótimo A Sírio 2006, também toscano da vinícola Sangervasio. O nome do vinho é em homenagem ao avô do proprietário e enólogo da vinícola, Luca Tommasini. A vinícola pratica a agricultura orgânica e usa as leveduras da própria uva para fermentação. O vinho é feito com 95% Sangiovese e 5% Cabernet Sauvignon. A maturação é feita por 14 meses em barricas de carvalho e mais 18 em garrafa antes de ser comercializado. Bem, o vinho, da bela safra de 2006, tem características diferentes do Belcore. É mais denso, mais maduro, com notas de cerejas e amoras maduras em meio a café, tostado e alcaçuz. Em boca repete o nariz, é concentrado, com boa acidez e um final tostado e especiado. Outro vinho muito bom! Gostei dos dois! Dois toscanos de categoria.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Alto Las Gredas Gran Reserva Chardonnay 2009: Páreo para o Sol de Sol?

Ontem nos reunimos na casa do Carlão para beber uns brancos. O Carlão abriu um vinho feito pelo mesmo enólogo que produz o ótimo Sol de Sol, Felipe de Solminihac. O vinho em questão era um Alto Las Gredas Gran Reserva Chardonnay 2009, que é feito com uvas de um vinhedo de apenas 1,5 hectares, plantado em 2001, em Perquenco. Não consegui informações sobre tempo de passagem em barricas, o que deve ter acontecido, pelas características do vinho. Ao nariz, mostrava notas de pêra, abacaxi, manteiga e baunilha. Tudo bem equilibrado, sem exageros. Lembrou-me o Amélia. Em boca, repete fielmente o nariz e mostra boa acidez. É sedoso, com um toque até glicerinado. É um vinho de peso, que ocupa um lugar de destaque entre os Chardonnay chilenos. Sem dúvida, vai brigar pela ponta. Aliás, já está brigando. No Guia Descorchados 2011 ganhou 94 pontos e foi eleito o melhor Chardonnay chileno. Gostei dele, que é um vinho muito caprichado, mas confesso para os amigos que ainda prefiro o frescor do Sol de Sol. Mas esta é uma preferência pessoal. Este Alto Las Gredas pede comida e a meu ver iria bem com um peixe em molho cremoso, ou até mesmo, uma boa posta de bacalhau.
Em paralelo, bebemos um Era dos Ventos 2008, já comentado aqui algumas vezes aqui no blog. Levei para os amigos experimentarem, já que ainda não conheciam. Era minha última garrafa. O vinho, brasileiro artesanal feito com a uva Peverella, ainda mostrava aqueles aromas bem marcantes, lembrando carambola e damasco, em meio ao toque apimentado da Peverella. Em boca é que deixou um pouco a desejar. Lembro-me muito bem que repetia bastante o nariz, mas dessa vez, estava mais cansado. Depois de um tempo aberto começou a melhorar, mas já não era aquele vinho de uns anos atrás, infelizmente. Estragado não está, mas já perdeu pegada. Mas continua sendo um vinho diferenciado.
Isso aí!

domingo, 12 de janeiro de 2014

Noite quente, mas a turma não perdoa: Aalto 2009, Protos Gran Reserva 2005, Purple Angel 2010, Quelén 2009, Secret de Famille Viognier 2009 e Jean-Max Roger Sancerre Cuvée Vieilles Vignes 2006

A noite estava quente, e na verdade, muito mais apropriada para cervejas geladas que para vinho... Mas a turma estava ansiosa para se reencontrar, e muitos não abriam mão de tintos. Eu queria uma noite só de brancos, mas só convenci o Paolão, que abriu a noite com um Paul Jaboulet Aine Secret de Famille Viognier 2009. O vinho é feito com uvas de vinhas de baixo rendimento e não passa por madeira. Ao nariz, mostra notas florais, cítricas e minerais, que se repetem em boca. É bem seco e muito fresco, com um fundinho levemente herbáceo. Excelente para um dia quente e fácil de beber. Dá para beber sozinho ou é claro, acompanhar um bom peixe. Um bom vinho de Paul Jaboulet. Importação: Mistral.
Depois dele, abri o que levei, um Jean-Max Roger Sancerre Cuvée Vieilles Vignes 2006. Que bela surpresa! Peguei este vinho há uns dois anos, em um bota-fora da World Wine. Bem, o preço cheio era salgado, mas na promoção estava mais palatável. E a bela garrafa trazia dentro dela um líquido dos bons. Sauvignon Blanc de primeira, feito com uma mistura de uvas de vinhas velhas, de diferentes vinhedos. Com seus 8 anos mostrava um frescor impressionante. Vinho com notas de frutas cítricas, florais e um fundinho de baunilha aportado pela passagem de parte (20-30%) em barricas de carvalho de 400 litros. É um vinho fresco, sedoso, que foi crescendo com o tempo. Excelente! Que pena que comprei só uma garrafa. Todos gostaram, mas o Paolão adorou! Disse que tomaria a noite inteira...rs. Eu também!
E aí, começaram os tintos... Turma louca... O calor estava bravo. Mas ninguém reclamou, pelo contrário...rs.
E logo de entrada, um Purple Angel 2010, de Aurélio Montes, levado pelo Thiago. Um Carmenére com uma pitadinha de Petit Verdot, que matura 18 meses em barricas novas de carvalho (50% Francês e 50% Americano). Vinho denso, encorpado, com aqueles aromas apimentados da Carmenére em meio à fruta madura. Opulento em boca, mas sem ser enjoativo. A acidez é correta e os taninos firmes. Vinho para muitos anos de guarda e que sem dúvida deve ganhar com ela. Mas mesmo novo, estava muito bom. Carmenére dos grandes.
E depois veio o JP com seu vinhão. O cara apelou...rs. Não brinco mais! Levou um Aalto 2009. Este vinho dispensa comentários. É um vinho dos grandes e que sempre agrada. É feito com uvas de vinhedos de 60 a 100 anos de idade, e passa 24 meses em barricas de carvalho francês e americano. É denso, carnudo, com notas de cereja preta, balsâmicas, café, chocolate e alcaçuz. O final de boca era interminável e muito bom. Um vinhaço! O JP começou o ano disposto a não levar prá casa o troféu Boi Doido. Pelo contrário, quer brigar pela ponta...
O Rodrigo levou um vinhão da chilena Perez Cruz, o Quelén 2009. O vinho é um corte de Petit Verdot (44,4%), Carmenére (29,7%) e Malbec (25,9%), e passa 14 meses em barricas de carvalho francês. É a segunda garrafa que bebemos dele recentemente (a outra, ofertada pelo Caião, virá em postagem posterior, que está atrasada...rs). E nas duas oportunidades, notei a mesma coisa, compartilhada com outros confrades: Goiaba! Muita goiaba. Como se cortássemos uma boa goiabona vermelha alí, na hora. Impressionante. Sufocou bastante os outros aromas. Com o tempo, foi diminuindo, o que talvez indique que uma decantação pudesse ajudar. Em boca é concentrado, mas bem sedoso. A goiaba aparece também. Minha dúvida é: Será que com adega esta característica vai mudar? Não que ele não estivesse gostoso, mas eu preferia que a goiaba desse chance a outras nuances. O vinho está muito diferente de seu irmão 2008, já comentado aqui no blog (clique aqui).
E o Tonzinho, que chegou um pouco atrasado, trouxe debaixo do braço um grande Protos Gran Reserva 2005. A vinícola se gaba por ser a primeira de Ribeira del Duero, daí o nome "Protos", que vem do grego, primeiro. O vinho passou 24 meses em barrica de carvalho e 36 meses em garrafa antes de ser comercializado. Este, da grande safra de 2005, mostrava-se austero, até com uma certa rusticidade. A madeira aparecia e as especiarias davam o tom, em meio à fruta. Pode fazer algumas pessoas torcerem o nariz, pelo lado meio rústico. Por isso, acho que deveria ter sido decantado por um bom tempo para se equilibrar. Ao ser aberto, é nervoso...rs. É vinho complexo, dos grandes. Ah, se gostei? Que pergunta...rs. Valeu Tonzinho!
Bem, começamos bem o ano. A perspectiva é que nossas reuniões sejam regadas a grandes vinhos, como têm sido nesses últimos anos. É esperar prá conferir.
A taça do Sancerre Paul-Max Roger: Bela cor, belo vinho...






quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Estão chegando as promoções de vinhos: Vai com calma!

Vai encarar??? rsrs.
No início do ano chovem promoções de vinhos. É bota-fora prá todo lado. Mas temos que ficar espertos, ter amor ao nosso suado dinheirinho e não sair comprando tudo por aí. Algumas dicas podem ajudar.

Não saia comprando tudo que encontrar pela frente. Busque aquele vinho que te agrada, que sempre quis comprar e que agora, com preço melhor, pode entrar na sua cesta. 

O produtor é, e sempre será muito importante! Estude um pouco sobre ele. Aliás, hoje em dia o pessoal quer comprar pontos e não vinhos. Confiam em Vivino...rsrs. Nem se preocupam em saber quem é o produtor, sobre o coitado do enólogo, como foi feito o vinho, que uvas foram utilizadas etc...rs. Bem, ainda é tempo de mudar.

Cuidado com falsos descontos. Muita gente aproveita o início do ano para aumentar os preços, dar aquele "desconto", que fica perto do preço real (já alto), e depois, voltar ao preço aumentado. Uma dica é procurar pelo preço do vinho na europa ou EUA, via wine-searcher. Se o vinho custa 20 doletas lá, e na "promoção", tá muitas vezes mais que isso, fuja! Mas se está próximo, já vale a pena. Lembre-se do custo Brasil, e que se o vinho está com preço parecido com aquele de fora, já é lucro. Eu faço sempre este exercício.

Cuidado com brancos e rosés velhos. Nunca bebi um rosé velho que estivesse bom. E branco, se não conhece o produtor, capacidade de guarda, etc, melhor não arriscar. Borgonhas genéricos velhos, sejam brancos ou tintos, não são boas pedidas. Chablis, só 1er Cru ou Grand Gru (mas vai pagar caro). Ainda da França, costuma pintar vinho da Alsácia (e Loire), de bons produtores. Pesquise. Mudando para a Espanha, e falando em brancos longevos... Tondonias? Não aparecem em promoções...rs.

Tintos simples, de muita idade? Hummmm.... Cuidado! Tem muito vinho chileno e argentino velho por aí, que depois vão te dar uma raiva danada. Se for pegar um mais evoluído, busque os tops do produtor e também referências sobre o vinho. Geralmente, busco informações em bons blogs da origem (portugueses, espanhóis etc).  Vinhos espanhóis, principalmente de Rioja, envelhecem bem. Mas evite  "Joven" e "Roble" mais velhos. Priorato e Toro também geram vinhos longevos, assim como a Bairrada, em Portugal. Eu acabei de comprar um Baga, top de um ótimo produtor bairradino, do ano 2000. A safra foi boa, Baga envelhece bem, e o produtor é muito respeitado. Li em blogs portugueses (bem confiáveis), impressões recentes deste vinho, nas quais sugerem que ele pode ser guardado ainda por alguns anos. Não tive dúvida: botei na cesta por menos de um terço do preço. Um risco? Sim, mas menor. E se estiver bom, ficarei muito feliz. 

De vez em quando, se acho uma grande bocada em uma loja física, e quero levar mais que uma garrafa, não hesito: Peço para que abram uma e bebo alí mesmo ou em um restaurante próximo. Se valer a pena, pego mais.

Cuidado com Bordeaux genérico (se ainda for velho...hummm)!

Se gosta de vinho de sobremesa e encontrar de bom produtor, manda ver. Dificilmente dará o azar de pegar um estragado. Ah, e não fique só Tokaji e Sauternes...rs.

Preste atenção nas safras! Grandes produtores conseguem fazer bons vinhos mesmo em safras ruins. Mas são exceções e mesmo assim, são caros. Na dúvida, evite. Toscanos ou espanhóis de 2002? Fica esperto...

Para vinhos do dia a dia, escolho sempre os mais jovens, e que com o desconto, caem no preço que pagaria normalmente. Aí dá para pegar coisa boa. 

Evite comprar por compulsão. Compre só se valer a pena. Ninguém vai morrer por que deixou de comprar vinho no começo do ano. Se não achar o que te interessa, guarde a grana e espero outra oportunidade. Melhor comprar um vinho bom, bem acondicionado, e que te dê prazer, que jogar dinheiro pela janela.


Villa Maria Reserve Wairau Valley Sauvignon Blanc 2010: Neozelandês de primeira

Postagem ainda de vinho bebido em 2013... Em tarde quente, na casa de meu amigo e confrade Paolão, ele abriu este Villa Maria Reserve Wairau Valley Sauvignon Blanc 2010. Os Sauvignon Blanc da Nova Zelândia geralmente conseguem aliar o lado herbáceo, cítrico, com mineralidade, e este tem isso. O vinho tem notas cítricas, de tangerina, em meio a notas florais e de pêssego. Em boca, mostra ótima acidez e mineralidade, e é bastante sedoso. Ele difere dos atuais SB chilenos, que costumam ter uma acidez mais vibrante e mineralidade pulando da taça. É muito equilibrado e traz um refinamento que se destaca. Um Sauvignon Blanc muito bom! Era importado pela Vinci, que o estava vendendo em promoção tempos atrás. Parece que agora os vinhos Villa Maria são importados pela Winebrands. Estou para beber seu irmão menor, o Private Bin, que segundo o Paolão, também é muito bom.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Donnhoff Riesling Trocken 2010

Rapidinho: Bela cor dourada, límpida, aromas florais, de limão, maçã verde e aquele toque de querosene típico, mas sem exageros. Vinho fresco, equilibrado, com boa mineralidade. Para beber sozinho ou acompanhando frutos do mar. Um bom exemplar de entrada germânico. Importado pela Decanter.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Clarendon Hills Piggott Range Syrah 2001: Australiano de primeira grandeza!

Ainda em 2013, para comemorar o seu final, o Carlão nos brindou com um Clarendon Hills Piggott Range Vineyard 2001. A noite teve ainda dois outros tintos que foram apreciados em outras ocasiões e que, por isso, nem comentarei: Casa Ferreirinha Reserva Especial 2003, levado por este que vos escreve (clique aqui) e Peter Lehmann Stonewell 2001, levado pelo Akira (clique). Ou seja, foi noite de grandes vinhos. E nesse caso, nada de ficar elegendo o melhor da noite etc... O negócio é aproveitar as grandes garrafas.
Mas vamos aquele levado pelo Carlão. A vinícola Clarendon Hills fica em Clarendon, sul da Austrália, e foi fundada em 1990 pelo bioquímico (isso aí!) Roman Bratasiuk. A idéia de Bratasiuk: Produzir grandes varietais a partir de vinhedos únicos. E desde então, seus vinhos começaram a ganhar notoriedade e colecionar prêmios. E com isso, obviamente, os preços acompanharam. São vinhos caros. O vinhedo Piggott Range foi plantado em 1965 (ótimo ano!) e é considerado um Grand Cru por Bratasiuk. Segundo ele, os vinhos deste vinhedo começam a se abrir após 15 anos de adega, e têm potencial para 50 anos de guarda. Bem, mas vamos ao 2001. Quando cheguei, a garrafa já estava aberta e os caras já com um fundinho de taça, para "sangrar", segundo eles...rs. Quando coloquei na taça e levei ao nariz, parecia um cofre fechado. Incrível para um vinho de quase 13 anos. Fechadão! Levou mais de uma hora para começar a se abrir. Pecado não ter sido decantado por algumas horas. Mas depois de um tempo, se mostrou um grande vinho. Boa fruta, sem exagero, com notas de amoras e cerejas pretas, em meio a notas florais, chocolate, aniz, alcaçuz e grafite. Com o tempo, foram surgindo muitas notas de especiarias, um apimentado gostoso e sálvia. Lembrou-me o lado especiado de seu conterrâneo Torbreck. É vinho multicamadas! Em boca, denso, mas nada enjoativo, especiado e mineral. O final, interminável. Um grande vinho! E concordo com o produtor: Poderia ter ficado ainda muitos anos na adega. Valeu, Carlão! Vinhaço!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Fulvia Pinot Noir Garagem 2012: O que achei do mais novo Pinot Noir do Atelier Tormentas

Os vinhos do Atelier Tormentas já apareceram várias vezes aqui no blog. O Pinot Noir, em particular, sempre faz sucesso em nossa confraria. Há pouco mais de um mês, recebi minha compra en primeur de 2012. E nela, veio o Fulvia Pinot Noir Garagem 2012. Estava um pouco apreensivo para abrí-lo, pela idade, mas mandei ver (ainda em 2013). Como diferenças em relação aos seus predecessores, de 2009 e 2011, a garrafa mais "feínha" (mas o rótulo é bonito) e o álcool mais alto, o que se mostrou ao nariz (pelo menos no começo). O senti fechado também, e meio reticente em se mostrar. Mesmo decantando, dando aquela agitada para aerar, o vinho resistia. Só depois de um bom tempo começou a se abrir. Aí, mostrou notas de frutas silvestres, minerais e cítricas. Em boca, tinha boa acidez, mineralidade e taninos firmes. O lado cítrico também estava lá. Comparando com os seus antecessores é, para mim, o mais nervoso e austero. Claramente, precisa de um bom tempo em adega. Acho que pelo menos 2-3 anos. Agora, tá pegado e qualquer impressão pode ser precipitada. Se é bom? Sim! Mas vamos dar-lhe tempo! Vou guardar as outras garrafas na adega. 
Até o momento, o meu eleito entre os Fulvia PN ainda é o 2009.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

E o vinho que mais me emocionou em 2013 foi...

Já fiz uma pequena lista dos vinhos que mais gostei em 2013. Mas resolvi eleger, entre eles, o que mais me emocionou. E a disputa foi dura. Acabei ficando entre dois, e quase os coloquei empatado em primeiro. Mas tive que tomar uma decisão, e meu eleito foi o grande Flaccianello della Pieve 2006! Tenho ainda lembrança do vinho na minha mente. Que maravilha! Qualquer elogio adicional é completamente dispensável. Ah, e querem saber qual foi o que brigou com ele pela ponta? Outro italiano: Il Bosco Syrah 2004, da Tenimenti Luigi d'Alessandro. Outro vinhaço da Bota. Fui tendencioso???