sexta-feira, 19 de junho de 2020

Prezados amigos (e apreciadores) do vinho bão! Agora estarei no Instagram: @flaviohenrisilva


Prezados amigos!

Lutei, relutei, fui, voltei e agora decidi: Vou adotar o Instagram. Confesso que um pouco a contragosto, mas acredito que lá as coisas estão mais fáceis. A interface do blogger não está ajudando muito e isso tem me desestimulado a fazer as postagens. Assim,  penso que poderei disponibilizar mais rapidamente os vinhos que aprecio lá em @flaviohenrisilva

Será um grande prazer, como sempre, receber a visita e comentários de vocês lá! E como sempre, procurarei ser fiel aos meus princípios. 

Um grande abraço a todos! O Vinho Bão não secou! Só mudou o curso!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O Vinho Bão está secando...



O blog Vinho Bão existe há mais de 10 anos. O criei para registrar os vinhos que bebia, em vez de anotar em um diário (o que era arcaico em tempos tecnológicos). Também queria dividir a opinião com meus confrades de toda quinta-feira. O blog foi crescendo e ganhando leitores além dos confrades, que aliás, nem eram leitores e comentaristas muito assíduos. Também serviu para fazer amigos, que mantenho até hoje. Só isso já justifica o blog! E aprendi muito com ele, pela leitura necessária antes de escrever e pelos comentários sempre muito gentis e bem-vindos dos ótimos leitores que tinha. Aliás, em toda a história do blog, só tive um comentário malcriado. Os outros, todos gentis e construtivos. Mas o tempo passou e as coisas mudaram. Fico pensando aqui com meus botões: Qual o sentido atual do blog? Para mim, ele já tem uma boa lista de vinhos que, apesar de representar apenas uma pequena parte dos milhares de rótulos existentes, acabam sendo redundantes. Isso se reflete na falta de comentários e diminuição da leitura dos posts. O fim do Enoblogs, que alavancava a leitura dos blogs de vinhos, também contribuiu para isso. Talvez meus confrades tenham razão ao dizer que blog não pega mais, que o negócio agora é Instragran etc. Mas para que? Para botar e ostentar uma foto bonitinha de uma garrafa, com uma linha para comentário próprio e a torcida para ganhar mais e mais seguidores que coloquem umas figurinhas e uns sinais de "OK" a cada postagem? O caminho da superficialidade? Não sei a resposta. 









domingo, 2 de fevereiro de 2020

Champagne Piper-Heidsieck Rare Millesime 2002: Para uma data muito especial!

Apesar das célebres frases que justificam a abertura de um Champagne, eu diria que não há data especial para fazê-lo. O simples fato de estar vivo para abrí-lo já é um bom motivo. Mas há datas que merecem um Champagne especial. Este Champagne Piper-Heidsieck Rare Millesime 2002 eu abri com minha amada esposa para celebrar 20 Anos de casamento, completados no último mês de dezembro. Tem que ser mesmo um grande Champagne para celebrar a paciência oriental (mesmo) de minha querida, que está comigo todos esses anos enchendo a minha vida de felicidade! Esse Champa estava guardado para isso. Lembro de tê-lo comprado há alguns anos, em uma loja de Passos, minha terra natal. Olhava os vinhos nas prateleiras e me dei de frente com essa preciosidade.  Namorei, namorei e acabei levando a preciosidade, pensando já em abrí-la em uma data muito especial. E a hora chegou nesse final de 2019.
Desde 1970, apenas 8 safras foram lançadas como Rare Millesime e dizem que apenas 300 garrafas desse 2002 vieram para o Brasil. O rótulo lindo, em forma de coroa e com metal banhado a ouro, já mostram de cara a imponência do danado. Ele foi considerado o Champagne da década (2000-2009) pela Champagne Magazine e Tastinbook, ficando à frente de outras gigantes como a Krug Clos de Mesnil, Cristal,  Dom Perignon e Taittinger Comtes de Champagne. O vinho é elaborado com as uvas Chardonnay (70%) e Pinot Noir (30%), oriundas de um blend de 17 Crus. São 7 anos de envelhecimento nas caves antes de ser comercializado. O Champagne tem uma cor linda, amarelo dourado, e perlage fina e abundante. Ao nariz é dificil relatar sua riqueza. Notas florais, frutas secas, cítricas, manga, ervas, gengibre, brioche, leve mel e toques minerais. Parece exagero isso tudo, mas é um Champagne muito complexo! Em boca, uma explosão de sabores, com notas exóticas e acidez cítrica, vibrante, que lhe aporta enorme frescor. Isso tudo, com uma bela cremosidade, sedosidade e final interminável Um vinho com grande foco e clareza, equilibrado em todos os sentidos. De grande complexidade. Certamente, melhorou na companhia de minha amada e com a celebração. Sem dúvida, uma experiência única! O melhor Champagne que bebi. Aliás, quase toda a garrafa, pois minha esposa bebe apenas uma tacinha e pronto. Perfeita celebração para 20 Anos de muito amor e cumplicidade!







quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Pesquera Reserva 2012, Quinta de Pancas Grande Escolha 2011, Gran Coronas 2013 e Chateauneuf du Pape Ortas L'Episcopal 2009


Dias atrás celebramos o aniversário do Caião, que foi regado a bons vinhos. O primeiro da esquerda, um Gran Coronas Reserva Cabernet Sauvignon 2013, foi levado pelo Tonzinho. Vinho com nervo, bem especiado, picante e com notas de cacau. Toques minerais, boa acidez e taninos ainda por amaciar. Bom vinho, gastronômico, que merece decanter ou mais alguns anos de adega. À direita dele um Pesquera Reserva 2012, levado pelo JP, e que já foi comentado aqui no blog. Então, não precisa de mais comentários. Só reafirmo que estava muito bom! Ao lado dele, o Quinta de Pancas Grande Escolha 2011, levado por este que vos escreve. Vinho de Lisboa, top da vinícola, e que agora ganhou o nome de Grande Reserva. Esse, da bela safra 2011, foi feito com Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Nariz frutado, com especiarias (alcaçuz e pimentas) e notas vegetais. Em boca é denso, mineral e com final longo e especiado. Ainda não atingiu o seu ápice e se for bebido agora, merece decanter. Um ótimo vinho, que confirma o crescimento cada vez maior da região de Lisboa.
E para finalizar, o Chateauneuf du Pape Ortas L'Episcopal 2009, levado pelo Caião. Chateauneuf com Grenache majoritária (o que eu gosto), Syrah, Mourvedre e Cinsault. Já com seus 10 anos ainda mostra muita força. Aromas frutados e de folhas secas, em meio a um toque mineral interessante. Em boca mostra boa acidez, mineralidade e taninos firmes. Sua característica mais seca e menos frutada me agrada e torna o vinho gastronômico. Um bom CdP, mais austero.







quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Quinta da Bacalhoa 2015: Para beber ou guardar!

Este é um vinho que não pode faltar na adega de quem gosta de um bom vinho! Pena que seu preço tenha subido bastante nos últimos tempos. Mas é um ótimo vinho, sempre. E este Quinta da Bacalhoa 2015 não foge à regra. De uma ótima safra, e mais potente que seu irmão de 2014, este 2015 mostra corpo e estrutura para muitos anos em adega, característica dos Bacalhoa. Cor densa, intransponível, e aromas de frutas em compota e especiarias. Em boca é intenso, concentrado, mas com acidez que lhe aporta frescor e nos faz pedir outra taça. Os taninos, em camadas e ainda por arredondar, completam o conjunto bem equilibrado. Final longo e levemente picante. Vinho delicioso e que deve premiar quem tiver paciência. Compra certa!




segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Pintas Character 2008: Belo segundo!

Obra do casal Jorge Serôdio Borges e Sandra Tavares, na Wine and Soul, este Pintas Character 2008 é o segundo vinho de um grande vinho português, o Pintas. Mas é um segundo que é grande! É feito com mais de 20 castas, de vinhas velhas, e maturação em barricas de carvalho francês (50% novas) por 18 meses. É um vinho de cor escura e aromas florais, de cereja preta, ameixa, chocolate amargo e alcaçuz. Em boca repete o nariz, é denso, nem tanto quanto seu irmão, mas com ótimo corpo e taninos em camadas. Notas minerais enriquecem o conjunto. A acidez lhe aporta frescor e dá indícios de que poderia ficar ainda um bom tempo na adega. Final longo e com notas de chocolate amargo e alcaçuz. Um ótimo vinho, que confirma a qualidade do produtor e abre as portas para quem quiser conhecer seu irmão maior. Aliás, meus confrades sempre confundem um com o outro...rs. Atenção confrades: São vinhos diferentes!



domingo, 26 de janeiro de 2020

Quinta da Leda 2011, Domaine Blain-Gagnard Chassagne Montrachet Morgeot Premier Cru 2013 e Domaine des Remizieres Crozes-Hermitage 2017

Nos reunimos semanas atrás para beber uns vinhos na casa do casal Neusa e Wilson e a noite foi muito boa. Começarei a narração pelo Quinta da Leda 2011 que eu levei. Bem, esse vinho tem o carimbo da Casa Ferreirinha e é de uma safra sensacional. Então, não poderíamos esperar menos que um grande vinho. E era mesmo. Tinha pela frente um Borgonha de primeira, mas não se intimidou. Aliás, segundo o Carlão, o Leda se destacou. Nariz floral e com muita fruta silvestre, amoras, framboesa, cedro, baunilha e caixa de charutos. Em boca, intenso, frutado, com ótima acidez e muita sedosidade. Taninos finos e em camadas. O final, longo e especiado. Madeira muito bem integrada. Um grande vinho, de grande safra, que foi ganhando com o tempo em taça. Aguentaria ainda bons anos em adega, mas já pode ser consumido, sem problemas. Mas a noite teve ainda dois belos vinhos frances, abaixo na foto.

O da esquerda, do norte do Rhone: Domaine des Remizieres Crozes-Hermitage 2017. Vinho bem novo, com aromas florais bem presentes, amoras, mirtilo e notas apimentadas e minerais. Em boca, acidez vibrante, taninos ainda jovens e final mineral. Ficou evidente a sua juventude. Tá nervoso! Teria que ser consumido pelo menos daqui a uns 2 anos, ou então, ter ficado umas 2 horas em decanter (melhor a primeira opção). Se for beber agora, manda ver com uma boa carne gordurosa para dar trabalho aos seus taninos. O fato aqui é que este vinho pode ser encontrado em uma rede de supermercados, a um bom preço considerando a procedência. Gostei.
E para finalizar o trio, um Domaine Blain-Gagnard Chassagne Montrachet Morgeot Premier Cru 2013. Muito mais conhecida pelos brancos que pelos tintos, esses últimos também são produzidos nessa denominação borgonhesa. E esse tinto, em particular, é muito interessante. Bem, dizem que a palavra interessante pode ser usada como consolo, mas não é, absolutamente, o caso. É muito interessante por suas características. A fruta fresca, sem estar muito madura, é envolta por muitas notas de ervas frescas e minerais, que dão muita peculiaridade ao vinho. Em boca, repete o nariz e mostra ótimo frescor e mineralidade. O final é longo, com notas de ervas e minerais. Vinho para acompanhar comida e que gostei demais! Precisa decanter para ser bebido agora. Uma prova da diversidade dos vinhos feitos na região utilizando apenas a Pinot Noir. Belo vinho!





sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Achaval Ferrer Finca Mirador 2010, Pintas Character 2011 e Chateau Laroque 2008

Três tintos de primeira, para todos os gostos:

Achaval Ferrer Finca Mirador 2010: Vinho nervoso quando jovem, mas que recompensa quem tem paciência. Agora, já pronto e dando muito prazer. Fruta viva ao nariz, com notas de cereja e ameixa, em meio a notas florais, alcaçuz e minerais. Em boca, boa acidez e taninos redondos. Final longo e especiado. Suplica por um bife ancho ou uma bela peça de picanha! Belo (e caro) Malbec da Achaval. 


Pintas Character 2011: Sempre um ótimo vinho esse segundo do grande Pintas! Ainda mais se tratando de um da bela safra de 2011. Denso, com notas de amoras, kirsch, cacau e toques minerais. Persistente e com taninos redondos. Já está pronto agora, mas pode ser guardado por mais tempo na adega. Esse vinho aguenta.



Chateau Laroque 2008: Bordeaux da margem direita, localizado a 3 km da cidade de St. Emilion. Feito majoritariamente com Merlot e pitadas de Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon. Dezoito meses de barrica. Notas de cereja, café, tabaco e leve couro. Em boca, corpo médio, boa acidez, ervas secas e taninos redondos. Um vinho gostoso, agradável e que já pronto para ser apreciado. Meia horinha de decanter ajuda. 



quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Champagne Piper-Heidsieck Cuvée Brut: Sempre bom!

A Piper-Heidsieck é uma das mais antigas produtoras de Champagne, produzindo desde o século 18. Seus champagnes estão diretamente relacionados com o meio artístico, sendo a bebida oficial do Oscar e do Festival de Cannes. O Cuvée Brut é o mais conhecido, com tiragem acima de 4 milhões de garrafas. Mas mesmo assim, não perde a qualidade. Este Champagne Piper-Heidsieck Cuvée Brut, particularmente, figurou recentemente na lista dos Top 100 da Wine Spectator em 2019. Vinho de cor palha e perlage fina. Aromas cítricos, de pêra e panificação. Em boca, fresco e com boa cremosidade. Bem gostoso, como sempre! Não fez feio na passagem de ano.




terça-feira, 21 de janeiro de 2020

San Vicente 2008: Que vinho espanhol!



Dia desses fomos a casa do casal Neusa/Wilson apreciar uns vinhos e levei um San Vicente 2008. Se me perguntassem de sopetão, quais vinhos espanhóis mais me apetecem, eu responderia na ponta da língua: La Rioja Alta 904, Pago de Carraovejas e San Vicente! Tem outros? Claro! Muitos outros! Alguns na mesma faixa de preço e outros, bem mais caros. Mas esses 3 têm ótimo preço pela qualidade que oferecem. E o San Vicente é um vinhaço! Outros dele já pintaram aqui no blog (clique aqui) e espero que muitos ainda pintem. Vinho de pequena produção, feito pela família Eguren com a casta Tempranillo Peludo, uma variedade local quase extinta. Apenas um kilo de uva por pé, seleção rigorosa na colheita e na bodega e maturação em barricas de carvalho francês (90%) e americanas. É um riojano diferente, mais escuro e encorpado. Ao nariz mostra notas florais, de cereja preta e alcaçuz, em um fundo tostado. Em boca, repete o nariz, mostra ótima acidez e taninos sedosos. O final é longo e especiado. Uma delícia de vinho, pouco badalado e que, para mim, figura entre os melhores riojanos. Se estiver em viagem a Espanha, não hesite: Coloque no mínimo duas garrafas desse na mala!
E além do San Vicente, tivemos um Callabriga Douro 2008 levado pelo Carlão. Vinho com o pedigree da Casa Ferreirinha, mas que infelizmente, estava bouchonné. Uma lástima! Poderia ter feito bom par com o San Vicente. Mas o Carlão já havia nos ofertado um da mesma safra 8 anos atrás, e estava muito bom na época!
E para finalizar, à direita do San Vicente, um Oyster Bay Merlot 2010. Neozelandês bem feito, com aromas de frutas maduras, baunilha e chocolate. Em boca, bem macio e fácil de beber. Um bom vinho, estilo moderno, que me lembrou um pouco o jeitão do australiano Coldstream Hills.





segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Ferrari Maximum Rosé: Frescor!

Rapidinho - Ferrari Maximum Rosé: Cor bonita, meio salmão, bela espuma e perlage fina e abundante. Aromas de framboesas e morango, com fundo de panificação. Em boca, muito frescor e boa cremosidade. Gosto dos espumantes Ferrari! Sempre agradam e possuem muita clareza. 




domingo, 19 de janeiro de 2020

Na confraria: Champagne Cattier Blanc de Blancs Premier Cru, La Rioja Alta 904 2007 e outros vinhões!

Noite boa na confraria. Vou abri com um Champagne Cattier Blanc de Blancs Premier Cru, para obedecer a ordem. Mas Champa não tem muita ordem - Agrada do começo ao fim! E este estava muito bom. Champa de cor bonita, dourada, bolhas abundantes e aromas florais, cítricos, pêssego e leve abacaxi, em meio a notas de brioche. Em boca, fresco e cremoso. Belo Champagne, que pode ser bebido solo, mas que fica ainda melhor com comida.
Partindo para os tintos, fazia tempo que o Paolão não ia e ele voltou com um vinhão: La Rioja Alta 904 2007. Esse é queridinho da confraria e desse que vos escreve. Esse 2007 já pintou aqui no blog e dispensa mais comentários. Mas preciso dizer: Que beleza de vinho! Nunca deixa de suscitar elogios rasgados. Um dos meus riojanos preferidos: Bela estrutura, complexo, sedoso, uma delícia! Mas rolaram outros vinhos, como mostrado na foto abaixo.

Do lado direito do La Rioja Alta um Macan Clásico 2015, riojano produzido por uma parceria da Vega Sicilia com a Rothschild e levado pelo Cássio. Vinho com aromas de cereja e especiarias doces. Em boca tinha uma entrada doce e senti falta de mais acidez. Ficou um pouco "flat" para o meu gosto. Não me empolgou. E foi servido depois do La Rioja Alta, o que talvez tenha contribuído para a minha percepção.
O Paulinho levou um Quinta de Chocapalha 2015. Um vinho lisboeta feito pela competente enóloga Sandra Tavares da Silva com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Castelão e Alicante Bouschet. Vinho de ótimo corpo, com notas florais, bastante fruta madura, baunilha e chocolate. Denso em boca, com ótima estrututura e taninos ainda por arredondar. Final longo e frutado. Um vinho muito bom, de ótima safra, e que merece mais uns anos de adega ou decanter.
O JP levou um chileno Caliterra Pétreo Carmenére 2016. A vinicola é produto de parceria de Mondavi e Chadwick. Este Carmenére possui características especiais. Tem um nariz muito frutado, com notas de framboesa fresca em meio a especiarias, toques herbáceos e minerais. Em boca repete a fruta viva, com frescor, mineralidade e taninos redondos. Vinho que pede uma boa carne! Carmenére distinto! Novo ainda.
E para finalizar um Doña Paula Selección de Bodega Malbec 2016. Aqui é notável uma mudança em relação aos da mesma linha de anos anteriores, que eu achava carnudos e concentrados. Meu amigo Vitor já havia me alertado. Este mostra uma nova tendência para os Malbec argentinos: Frescor! Além da fruta, claro, pode-se notar ao nariz toques de ervas como a sálvia e o alegrim, que se repetem em boca. Junto com isso, a boa acidez torna o vinho fresco e agradável. Toques minerais e belos taninos completam o conjunto. Perfeito com o Ribeye de Black Angus preparado com esmero no Barone. 







Giesen Pinot Noir 2017

Eu sou fã dos vinhos da Nova Zelândia, em especial, aqueles feitos com a Pinot Noir. Por muito tempo, depois dos borgonheses, eles eram os meus preferidos. Digo depois de um tempo, pois após conhecer mais profundamente os Pinot Noir americanos do Oregon, a briga ficou feia. Mas os neozelandeses são mais facilmente encontrados aqui no Brasil, ainda que muitos tenham um preço um pouco alto. Mas esse Giesen Pinot Noir 2017 comprei na loja virtual do Pão-de-Açúcar, em uma excelente promoção garimpada pelo meu amigo Vitor. Acabei comprando vários pelo preço de um. A vinícola é relativamente nova (1981) e pertence a 3 irmãos, que herdaram o gosto pela bebida de um avô Sommelier e um outro cervejeiro. A partir de 2017, ela ganhou o certificado de vinícola orgânica. O vinho é feito com uvas de Wairau Valley e é maturado por 8 meses em barricas de carvalho francês (acho que usados). Ao nariz, às cegas, lembrou-me um pouco o estilo mais maduro e extraído dos Pinot Noir chilenos, mas com a fruta mais comedida. Notas florais, de morango e framboesa se misturavam a especiarias e toques minerais. Em boca, bem macio, com boa acidez e taninos finos. Final frutado e levemente terroso. Gostei do vinho, que difere um pouco de outros Pinot Noir neozelandeses que bebi, mas que é bem feito. E o preço que paguei foi uma pechincha!




sábado, 18 de janeiro de 2020

Monte da Castinha Branco 2018: Bom e barato!

Não preciso citar as castas usadas para fazer este Monte da Castinha Branco 2018, pois está no rótulo. E são uvas que eu gosto. Não passa por madeira. Aqui é a prova que vinho não precisa ser caro para agradar. Este branco do Dão é um vinho simples, mas que me agradou e escoltou bem um peixe. Cor clara, cítrina, e aromas cítricos, frutados e uma pontinha mineral. Em boca é bem suave, sem ser ralo, com boa acidez e um frutado no ponto, sem exageros. Dá para beber solo, com um queijinho, ou até escoltar bem um peixe leve. Gostei do danado!




quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Trairagem no Paolão: Tenuta delle Terre Nere Etna Bianco Vigne Niche 2012, Quinta do Vesúvio 2008 e Tokaji Hetszolo 3 puttonyos 2000


Opa! Voltando à ativa! Faz tempo que não mexia no blog. Dias atrás postei uma lista dos Top 100 da Wine Spectator só para dizer que estava aqui. Um alerta apenas. Mas voltarei aos poucos. E por hora, uma postagem sobre uma escapada que demos à casa do nosso amigo Paolão para beber uns vinhões.Noite aberta com o Tenuta delle Terre Nere Etna bianco Vigne Niche 2012, ofertado pelo anfitrião. Nome grande para um vinho de igual tamanho. Um 100% Carricante plantada na inclinação norte do Monte Etna. Vinhedo pequeno, de apenas 3,5 hectares, manejado de forma orgânica. Eu já havia apreciado o 2011, e esse 2012 manteve a qualidade. Cor bonita, brilhante, e aromas de maçã, leve favo de mel, florais e minerais. Em boca, ótima acidez, mineralidade e persistência. Um branco de muita qualidade, longevo, que peguei em promoção da Mistral. Se pintar, coloque na cesta.


E este Quinta do Vesúvio 2008 foi levado por este que vos escreve. Queridinho de seu produtor, Sr. Symington, que me disse uma vez em um Encontro Mistral, cuidar pessoalmente de sua produção. Duriense de alto quilate, que apesar de poder ser bebido jovem, quando apresenta nervo e frescor, mostra sua melhor forma perto dos 10 anos. Esse 2008 estava uma beleza! Ótima fruta, bela complexidade em um vinho aveludado e com taninos sedosos e em camadas. Também peguei em uma oferta extemporânia da Mistral Não tive dúvida e bote na cesta. Vinhaço!
E para fechar a noite com classe, acompanhando a sobremesa, um ótimo Tokaji Hétszolo 3 Puttonyos 2000. Tokaji não tem erro, mesmo sendo o 3 Puttonyos. É Botrytis na veia! Fruta envolta em mel e gengibre, com acidez suficiente para equilibrar o dulçor. Muito gostoso, sempre. Mas como o Paolão ainda não estava contente, ainda nos serviu uma tacinha de uma ótima cachaça Weber Haus, de muita qualidade. Noite perfeita! Ah, por que o a palavra "trairagem" no título? É porque fomos apenas dois confrades, em dia que não era da confraria. A turma fica brava e considera uma trairagem.